Conheça a biografia de Pedro Braconnott
Por Alexandre Passos
Nascido em um lar católico, tinha pouco contato com a religião. Pouco frequentava a igreja em sua adolescência no Rio de Janeiro e, segundo o próprio, foi usuário de maconha. Mais tarde, Braconnot conheceu Janires, e sua aparência simples chamou a atenção de Pedro. Em 1981, o músico decidiu participar de um retiro realizado pela Igreja Presbiteriana de Copacabana, em Juiz de Fora.
“[…] fiz um propósito com Deus de passar um fim de semana sem fumar ou beber e em um retiro da igreja presbiteriana em Juiz de Fora entreguei a minha vida para Ele. O Senhor começou a falar claramente comigo sobre seu amor por mim e seu interesse pessoal em minha vida. Então eu quis conhecer a Deus e começou minha vida cristã.”
Janires convidou Braconnot a, juntamente com ele, formar uma banda chamada Rebanhão. Mesmo não completamente envolvido na igreja e de todo o processo ocorrido, ali decidiu aceitar. Se formou técnico em mecânica pelo CEFET. Estudou engenharia mecânica pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, mas não chegou a se formar por causa das viagens com a banda Rebanhão que viajava por todo o Brasil nas décadas de 80 e 90.
Em 1981, era gravado o primeiro álbum do Rebanhão e assim como os posteriores Pedro Braconnot ficou a cargo dos teclados, pianos e sintetizadores. Existem composições do músico em quase todos os álbuns da banda, exceto em Janires e Amigos, o qual é considerado por alguns como um álbum solo de Janires Magalhães Manso, embora seja creditado como parte da discografia do Rebanhão. Em Mais Doce que o Mel, a primeira gravação que participou, foi registrada a sua primeira composição, “Refúgio”.
Entretanto, o cantor tornou-se vocalista do conjunto a partir do álbum Semeador, o primeiro projeto do Rebanhão pós-Janires. Dividindo os vocais com Carlinhos Felix e Paulo Marotta, interpretou “A Flor do Campo”, de sua autoria. Conforme os anos se passaram, sua participação nas composições e vocais da banda aumentou. É autor de “Razão”, uma das canções de maior destaque do grupo lançada no álbum Novo Dia.
O ápice da participação de Pedro na formação clássica foi no álbum Princípio, o qual foi autor da maioria das músicas, tendo duas da obras alcançado alto destaque (“Fronteiras” e “Palácios”). Após Pé na Estrada, em que assinou canções como “Elo Perdido” e “Ovelha Ferida”, passou a ser líder absoluto do grupo com a saída de Felix e Marotta.
Com Pablo Chies, Rogério dy Castro e Wagner Carvalho, entre outros gravou mais dois álbuns do Rebanhão, Enquanto É Dia e Por Cima dos Montes, com praticamente todas as músicas escritas por Braconnot. Encerrou o Rebanhão em 2000 após lançar Vamos Viver o Amor para cuidar de sua vida pessoal e voltar-se à produções musicais.
Paralelamente a isso, Pedro tornou-se produtor musical no início da década de 90. Foi responsável pelos arranjos e direção do álbum Tá Decidido de Cristina Mel, formando a partir daí uma longa parceria com a cantora.
Braconnot ainda produziu outros álbuns de Cristina, como Recomeçar, e compôs canções para a mesma, como “Ame Mesmo Assim”.
Em 1992, conheceu Denise Cerqueira, cantora que Pedro Braconnot contribuiu na produção e seleção de repertório de vários discos. Renova-me, Eterno Amor, Minha Adoração e Meu Clamor são resultados desta parceria. Sérgio Lopes também foi um dos cantores ao qual produziu. Juntamente com Pablo Chies gravou e produziu discos de vários artistas, em um estúdio particular no Rio de Janeiro.
Braconnot também participou do álbum Amo Você 2, duetando com a esposa num projeto de músicas românticas lançadas pela gravadora MK Music.
Em 2004, o cantor viajou para os EUA, onde permaneceu até em 2008. No país, teve forte contato com a língua local. De volta ao Brasil, mais tarde mudou-se para Caratinga, onde fundou uma escola de Ingles e pastoreou uma casa de oração na mesma cidade, no estado de Minas Gerais. Concilia também a carreira musical com trabalhos na área de TI. Em 2019, se formou na faculdade Estácio de Sá em Gestão de TI e desde 2015 trabalha na assessoria de Marcelo Crivella no senado e na prefeitura do Rio de Janeiro.
Pedro Braconnot foi, juntamente com o Rebanhão, um dos responsáveis pela atualização da música protestante brasileira. Segundo suas próprias palavras, numa entrevista à professora Márcia Leitão:
“a música do Rebanhão era mais uma visão horizontal, de evangelismo. E é um movimento que tá crescendo hoje porque houve, agora nos anos 90, crescimento muito grande também da música de adoração também com uma linguagem mais coloquial” (apud p. 75).
Em 2015, o cantor e tecladista reuniu o Rebanhão como vocalista e tecladista. Ao lado de Carlinhos Felix e Paulo Marotta, produziu o álbum 35, lançado em 2017.