Venda de vinis cresce e fábrica do Rio produz até para o exterior
O ruído do disco de vinil girando em um aparelho de som não é mais uma coisa do passado. Só de janeiro a setembro de 2019, a venda de vinis cresceu 15% em relação ao mesmo período do ano passado. E uma fábrica localizada em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é uma das duas únicas responsáveis no país por ajudar a levar aos ouvidos do público a música embalada nos discos.
Completando dez anos de existência, a Polysom nada de braçadas na onda retrô. A empresa tem a projeção de produzir, até o fim deste ano, 120 mil Long Players (LPs) e compactos, superando a marca de 100 mil unidades, que foi alcançada em 2018.
De acordo com o Luciano Barreira, gerente da fábrica em Belford Roxo, há atualmente três grandes canais para absorver a produção de discos de vinil fabricados na Baixada Fluminense. As maiores demandas são de bandas independentes, clientes que procuram o produto no site da empresa e em sites de grandes lojas, além da venda de coletâneas e de discos licenciados por gravadoras.
— Temos 200 títulos de artistas consagrados que foram licenciados, entre eles Jorge Ben Jor, Novos Baianos e secos e Molhados. Boa parte da nossa produção também atende bandas independentes que encomendam os discos para serem vendidos nos shows. A outra parte vem de vendas em site — explicou Barreira.
Entre os últimos discos fabricados em Belford Roxo estão LPs licenciados de Elza Soares e Humberto Gessinger, que integrou a banda Engenheiros do Hawaii.
— Já estão seguindo para as lojas (os dois discos). Ainda há grande um volume (de público) negociando o digital (CDs), mas boa parte que compra música quer ter o físico e opta pelo vinil. O mercado do vinil está em processo de retomada — vibra Luciano Barreira.
A fábrica também produz vinis por encomenda para o exterior. Entre os países consumidores de discos estão Estados Unidos, na América do Norte, Japão, na Ásia, e ainda parte da Europa.
Para se fabricar um disco de vinil, em Belford Roxo, é necessário, atualmente, um tempo estimado em torno de 45 a 90 dias. A demora é explicada pela calendarização e procura, ou seja, o interessado tem de aguardar em uma fila de espera. A produção dos vinis passa por pelo menos cinco fases na fábrica.
A primeira é feita em um estúdio de corte, onde a gravação recebida é transferida para um vinil provisório. A segunda fase é a da galvanoplastia. Trata-se de eletroformação de uma matriz que será usada em todas as cópias.
Em seguida, é feita a prensagem em um maquinário. Após isto, acontece o controle de qualidade.
Durante este processo, cada faixa gravada no disco é ouvida. Também são feitas checagem de qualidade de rótulo, visual e peso, entre outras coisas. Só então, o produto pode passar por uma espécie de encadernação.
De acordo com a Polysom, a unidade de Belford Roxo é a maior fábrica de vinis em atividade, na América Latina. As gravações são feitas nos discos, na maior parte dos casos, em 33 rotações por minuto (RPM). Há, porém, alguns pedidos, feitos em menor número, por clientes de outros países, para gravação de discos em 45 RPM.
Com informações do Jornal Extra Rio